Alma observa, quando na verdade queria interagir,
Se acomoda em vestes simples, passa despercebida;
E como se invisível, admira e continua a seguir,
Mas a sede que secava a boca, se fez pura bebida...
E refeita então segue, apenas segue, adormecida,
Nem bela, nem feia, somente alma, poeta quieta;
Sem choro, nem vela, sem aplausos e agradecida,
Segue, contemplando o belo, aquarela se enfeita...
E oferta ao olhar, o marejar escondendo a saudade,
Do tempo eterno presente, em linhas assim discretas;
Palavras certas, combinando com a real felicidade,
Um gostinho que permanece na alma quando poeta.
Meri Viero